quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LABIRINTITE

 LABIRINTITE


Normalmente, as pessoas costumam dizer que estão com labirintite sempre que, ao deitar-se, levantar-se ou fazer movimentos tais como estender roupa no varal, sentem tonturas, vertigens ou falta de equilíbrio. Essa generalização não é correta porque essas manifestações podem ter causas diversas. De qualquer forma, todas as pessoas que apresentam esse tipo de queixa devem procurar um otorrinolaringologista ou um otoneurologista. Eles são os especialistas indicados para diagnosticar as causas da doença, a partir de uma cuidadosa investigação.













A doutora Sandra Lira Bastos de Magalhães, da Equipe de Otorrinolaringologia do Hospital IGESP, explica o significado exato da palavra labirintite: “Trata-se de um quadro infeccioso do labirinto, que ocorre, eventualmente, depois de uma otite ou outro acometimento do ouvido, apresentando tontura, zumbido e perda de audição. É um quadro isolado e raro, cujo tratamento é feito com antibióticos e sedante labiríntico”, define.
 







 “As tonturas e vertigens (tonturas rotatórias) podem ter várias causas, mas as pessoas colocam tudo num saco só chamado labirintite. Então, vamos encarar assim”, simplifica a médica. “Dentro disso, temos quadros especificamente labirínticos e temos comorbidades (doenças) que podem levar a essa sintomatologia, tais como: alterações metabólicas, doenças cardíacas, neurológicas, psiquiátricas, alteração visual, diabetes, pressão alta e até a própria senescência do idoso.”


A labirintite pode, também, ser de origem medicamentosa, principalmente entre os idosos, que geralmente tomam muitos remédios, ou causada por alteração cervical, em pacientes que ficam em posições viciosas, estimulando a enervação dessa parte da coluna.


Entre as doenças do labirinto, a doutora Sandra cita a síndrome de Méniere, a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e a neuronite vestibular. Entre as doenças metabólicas que causam tonturas, ela coloca, em primeiro lugar, as alterações de absorção do açúcar, as quais, tanto podem ser de intolerância à glicose (caso dos diabéticos e das pessoas que, mesmo sem chegarem a ser consideradas diabéticas, têm elevação da taxa de glicose no sangue), quanto as relacionadas à hipoglicemia (taxa de glicose abaixo do normal, na corrente sangüínea).


Diagnóstico e tratamento



No caso da labirintite, a história clínica do paciente, o que ele lhe conta sobre o que está sentindo é o ponto principal da consulta. É o que vai nos dar o diagnóstico. Os exames complementam e confirmam o nosso raciocínio”, ressalta a doutora Sandra.


Para investigar a causa das tonturas o otorrino ou otoneurologista (especialista em doenças do labirinto) solicita uma série de exames metabólicos como: hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e em frações. Muitas pessoas acham que os quadros labirínticos não têm cura. A doutora Sandra desmente esse mito: “Paciente que tem tontura e não melhora, é paciente mal tratado. Ele não tem um diagnóstico correto, por isso, mantém a queixa”, afirma. As tonturas têm cura, e isso vale tanto para as de origem labiríntica como, por exemplo, a VPPB, cujo tratamento é feito em sessões de reposicionamento dos otólitos (estruturas rígidas que ficam nos canais semicirculares), quanto para as causadas por alterações metabólicas, hormonais ou outras.


“As medicações existem para controlar os sintomas enquanto é feita a investigação. O que cura é chegar ao diagnóstico certo e corrigir a doença”, afirma a médica. “Há pessoas que ficam tomando determinados remédios que apenas sedam o labirinto quando, na verdade, têm uma alteração da glicose, do colesterol ou hormonal, que precisa ser tratada”, exemplifica.


A ingestão exagerada de álcool também pode causar um dano labiríntico ou neurológico, principalmente em alcoolistas crônicos. A labirintite deixa o paciente muito inseguro. Alguns chegam a usar bengalas durante anos, até o dia em que descobrem a causa e fazem o tratamento. Andar acompanhado e não dirigir também são medidas recomendáveis.



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